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> Título
Alternativas e Proposições Para Uma Experimentação Sonora na Arte Contemporânea Portuguesa Pós 25 de Abril
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> O título vem no seguimento da minha formação em Artes Plásticas (Pintura). Como artista e sem formação musical dita clássica, a minha abordagem ao universo sonoro foi desde sempre feita com uma atitude experimental e exploratória. Tendo em conta que esse experimentalismo passa regularmente pelo uso de novas tecnologias electrónicas, digitais e editoriais este trabalho de investigação centra-se à volta desses mesmos temas.

> Porque, durante o ano curricular, foram abordadas algumas relações importantes entre som e artes plásticas, principalmente em vanguardas como por ex: impressionismo, futurismo, dadaísmo e surrealismo; bem como referências neo-dadaístas onde se inserem muitas das acções conceptuais de John Cage e posteriormente do movimento FLUXUS.

Identificar alguns momentos e artistas que, de certa forma, iniciaram uma aproximação às novas tecnologias para explorar o acto criativo.

Entender o contexto cultural da época.

Aprofundar o conhecimento relativamente à arte contemporânea portuguesa, especialmente no que diz respeito à experimentação e ao uso de novos conceitos e tecnologias após a revolução de Abril.

















> Como é sabido, num contexto internacional, o experimentalismo ligado às artes está frequentemente associado à interacção entre criadores de diferentes áreas e algumas mudanças de paradigma dão-se com a transferência de valores nos processos criativos (ex: Kandinsky).

> Sendo poucos os estudos que se debruçam sobre o tema em questão no contexto português, a problemática inicial acentava então em identificar alguma manifestação que apontasse para a interacção entre diferentes áreas criativas.

> Quem foram os intervenientes? Que tipo de pertinência tiveram no panorama experimental português da década de 1970 e que papel ocuparam na vida cultural?

> Quais os eventos, obras e linhas de pensamento onde se pode identificar uma atitude experimental perante o acto criativo e as tecnologias da época?

> Havia algum tipo de colaboração entre as
diferentes áreas criativas?
































> Trabalho de investigação com um resultado final teórico. Recolhe e reúne algumas peças audiovisuais, bem como editoriais permitindo dessa forma juntar no mesmo sítio alguns documentos que considero importantes para a compreensão das acções em causa.

> Iniciado a partir de leituras dos textos de Ernesto de Sousa (Ser Moderno... em Portugal, Assírio e Alvim), das referências encontradas no ponto 1 da 2ª parte do livro O Universo dos Sons nas Artes Plásticas (Edições Colibri) da autora Ana Paula Almeida e finalmente pela menção a Melo e Castro apontado pela professora Paula Gomes Ribeiro, orientadora deste estudo.

> Versão adaptada à internet de fácil acesso e consulta.

> Complementada com referências gráficas e audiovisuais incluindo vários excertos áudio de uma entrevista feita a Vítor Rua (um dos dois membros do grupo Telectu).





































> Este estudo segue uma metodologia de aproximação gradual, focando, de ponto em ponto, os aspectos mais relevantes.

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No primeiro capítulo, recuperam-se alguns momentos considerados importantes na negociação entre poder político e esfera cultural durante o período Marcelista. É abordada a importante cooperação entre críticos e meios de comunicação para a sensibilização das artes experimentais. É destacada a figura de Ernesto de Sousa e seus múltiplos interesses que resultariam na exposição Alternativa Zero.

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No ponto dedicado a Ernesto de Sousa, a intenção não foi usar o seu ponto de vista crítico para definir a época em questão, mas sim encontrar uma linha de pensamento no seu carácter pluralista que de certa forma proporcionou à comunidade criativa uma abertura para a experimentação artística.

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A exposição Alternativa Zero foi importante para esta pesquisa, e destacada pelo facto de ter reunido uma série de criadores portugueses que na altura propunham alguns trabalhos arrojados para a época em estudo e definidos como "mixed-media". Permitiu à crítica de arte e comunicação social documentar esse momento, fazendo chegar até nós um importante conjunto de testemunhos.

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O capítulo II expõe algumas alternativas da criação artística através do trabalho de E. M. de Melo e Castro. É sublinhada a importância das publicações experimentais, das edições fonográficas e da atitude conceptual perante o acto criativo.

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O último ponto do capítulo II A herança - CTU TELECTU demonstra o resultado da cooperação entre os diferentes meios criativos da década de 1970 (Som, Vídeo, Imagem, Palavra). É, mais uma vez, sublinhado o importante papel de Melo e Castro e do triângulo experimental que formava com Jorge Lima Barreto (Telectu), e António Palolo.

> Será precipitado adiantar uma arte sonora no programa da arte contemporânea portuguesa durante a década de 1970. No entanto, havia sem sombra de dúvida indícios de que a colaboração entre as diferentes áreas criativas provocaria mais cedo ou mais tarde o despertar para a total experimentação sonora dentro das artes plásticas.

> Nas décadas de 1960 e 1970, a recriação dos espaços de convívio foi um importante momento de interacção entre as diferentes disciplinas criativas. Esse espaço de convívio estimulava novas propostas editoriais que apostavam em contrariar os formatos tradicionais.

> Este estudo acrescenta ao tema do debate inicial (Arte Sonora, Novas Tecnologias, Arte Contemporânea Portuguesa), um debate acerca do universo editorial independente, incluindo o fonográfico.

> Ficam em aberto algumas questões que, de futuro, deverão complementar esta pesquisa:
- Qual a real influência que a geração de 60 e 70 teve nas gerações mais recentes?
- Qual a recepção das artes experimentais ou de vanguarda fora dos grandes centros urbanos?
- Qual foi o impacto deste experimentalismo editorial, principalmente o fonográfico, no surgimento de novas editoras indepentes no panorama português? Que editoras foram essas? Como surgiram? Em que condições operavam? Quem foram os intervenientes?
- É possível recuperar e reanimar alguma da produção da indústria fonográfica?
















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